sábado, 19 de maio de 2012


      Hoje pela manhã eu vi uma menina, por um segundo eu fiquei feliz e triste ao mesmo tempo. Ela era linda, tinha um olhar de criança, meigo, mas sua expressão era de uma mulher adulta e decidida.
Ela estava sozinha, provavelmente não têm muitos amigos, ou até tenha, mas talvez eles sejam daqueles que só a procuram quando precisam de algo.
Eu estava encantada com a beleza daquela menina, eu a elogiei. E para o meu espanto, ela começou a chorar. Soluçava como uma criança de tanto chorar, parecia querer colo. Agora o olhar de criança tinha ficado sereno e ela olhava em minha direção. E a expressão de mulher adulta borrou junto com sua maquiagem que ficou em contato com suas lágrimas, e ela se tornou uma criança órfã. Mas não de pais, mas de sentimentos.
Ela havia me contado que gostaria de amar e também de ser amada. Ela queria ser admirada, aplaudida e homenageada por todos. Ela queria ser feliz, nem que fosse por um único dia. Ela queria ter orgulho de si mesma e também queria que seus pais, familiares e amigos sentissem orgulho dela.
Fiquei comovida, caí em prantos. Aquela menina era mesmo perfeita, mas eu tinha que ir. Fui me despedir dela, gostaria de lhe dar um abraço.
Eu me aproximei dela, tentei tocá-la, mas era impossível, algo nos separava... Era um espelho!


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